Rio Juruá. Eirunepé |
O Município de Eirunepé, no rio
Juruá, registrou a cota máxima em 2012: 21,10 metros. Ontem o rio Juruá estava
em 18,62 metros. O período é de oscilação conhecido como repiquete, onde as
aguas do Juruá dão uma forte subida e depois de alguns dias ele começa a vazar,
voltando assim ao seu estado normal. Na região do médio Solimões, o Município de Anamã (a 168 quilômetros) a
retirada da população desabrigada já teve início, revelou o chefe da Defesa
Civil, Augusto Leite. “A situação lá atingiu o nível 4, o máximo em caso
de defesa civil”.
Temos 10.193 pessoas atingidas pela cheia, mas 8 mil estão
desabrigadas. Estamos alugando barcos e balsas para alojar as pessoas. “Como a
enchente é gradual, a cada momento estamos realizando a transferência das
famílias desalojadas”, disse.
Augusto disse que Anamã recebe recursos do
Amazonas Solidário, do Governo do Estado, e a ajuda humanitária de mil sacolas
de alimentos. “Vamos começar a receber a verba do Governo Federal no valor de
R$ 396 mil, disponibilizados para compra de combustível, aluguel e
alimentação”, disse.
Moradores reclamam ajuda oficial
Em Manaus
muitos moradores de áreas inundadas pelas águas do rio
Negro estão em situação de gravíssimo risco porque a ajuda oficial ainda
não chegou. É o caso dos moradores do Beco São Francisco, no bairro São
Raimundo, Zona Oeste.
Mais de cem casas do Beco São Francisco encontram-se
alagadas e sem estrutura de palets para a construção de pontes, o que dificulta
a circulação.
A situação mais grave é enfrentada pelas famílias que têm muitas
crianças pequenas e idosos. A dona de casa Cristina Teixeira dos Santos, 26,
vive sozinha com quatro filhos pequenos, dos quais uma é portadora de
necessidades especiais. Quando a cheia se intensificou, ela não conseguiu
madeira para o subir assoalho de casa e teve que derrubar uma das paredes do
quarto para permanecer no local com as crianças. “Estamos sem ter onde
dormir. Minha cama, meu sofá estragaram, tive de jogá-los fora. Agora, eu
e meus filhos, só temos um ventilador, uma rede e esse assoalho improvisado
onde nós dormimos”, disse.
O aposentado João Reis Filho, 83, pede ajuda a todas
as pessoas que vão à Rua São Francisco. Ele vive sozinho e, além da surdez,
apresenta doença respiratória, fato que o impede de sair de casa. Com a cheia,
sua casa foi totalmente alagada e ele passa o dia na rede para se proteger das
águas.
Calhas de rios têm situação diferente
No Município
de Tabatinga, na região do alto Solimões, a cota recorde foi registrada
em 2009: 13,82 metros. nesta quinta (17) o nível do rio estava em
13,20 metros e já em período de vazante.
Na região do
baixo Amazonas, o Município de Parintins registrou a máxima em 2009: 9,38
metros. Nesta quinta (17), o rio registrava o nível de 9,30 metros e
ainda está subindo.
No Purus, o Município de Boca do Acre registrou cota máxima
em 1971: 21,83 metros. Nesta quinta (17), a cota era de 9,58 metros e o
rio ainda está baixando.