Um
trabalho pioneiro no Estado do Amazonas está sendo realizado com
substâncias isoladas do óleo da copaíba de forma que os compostos sejam
avaliados como agentes anti-inflamatórios de forma isolada. O projeto de
pesquisa é do professor universitário Emerson Lima em parceria com o
também professor Valdir Veiga Júnior, ambos da Universidade Federal do
Amazonas (Ufam).
O
estudo é fomentado pelo Governo do Estado por meio da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa
de Apoio à Núcleos Emergentes de Pesquisa (Pronem). De acordo com
Emerson, o projeto consiste em isolar substâncias do óleo da copaíba em
escalas de gramas e fazer uma modificação química nesses compostos. O
projeto rendeu uma primeira publicação em revista internacional
(Molecules 2015, 20(4), 6194-6210; doi: 10.3390/molecules20046194).
“Nós
isolamos essas substâncias e fazemos as modificações estruturais nas
moléculas, visando a síntese de novas moléculas mais ativas do que as
naturais. A gente vislumbra estudar a atividade anti-inflamatória em
modelos, primeiramente, “in vitro” – processo feito normalmente em
cultura de células – para verificar esse potencial e depois faremos os
testes em vivos, utilizando animais em laboratórios”, explicou Lima.
Os
testes em animais fazem parte da segunda etapa do estudo e a aplicação
será feita em modelos de artrite – inflamação de alguma articulação –
para analisar a ação de cura desse processo. As substâncias mais ativas
da copaíba, detectadas na primeira etapa, é que serão utilizadas nos
testes. Segundo Emerson, o estudo traz uma enorme vantagem para a área
de pesquisas no Estado, visto que é um estudo pioneiro, utilizando uma
abordagem baseada multidisciplinar e pode testar, assim, um grande
número de compostos, com grande possibilidade de encontrar substâncias
ativas.
De
acordo com o pesquisador, os primeiros resultados da segunda fase do
estudo já estão prontos e apontam dados bastante positivos. “O óleo de
copaíba bruto é bastante ativo, porém as substâncias isoladas dele, não.
Nós estamos conseguindo modificar esse quadro ao sintetizar essas
substâncias, pois estamos conseguindo melhorar a atividade delas. Por
mais que o projeto ainda esteja, relativamente, no início, nós já
avançamos e muito nas pesquisas nessa área”, disse Emerson.
O
objetivo final do projeto de pesquisa é gerar patentes e utilizar o
resultado do estudo na área farmacêutica e medicinal. Abrir espaço para
publicações de artigos com esse tema e projetos de mestrado e doutorado,
também é a finalidade do pesquisador. “O que nós queremos é incentivar
outros pesquisadores a avançarem em estudos nessa área, mostrando que a
Amazônia é rica em matérias-primas que podem ser manipuladas para o uso
farmacêutico e medicinal, trazendo benefícios para a população. Temos
poucos artigos publicados e relatados na literatura, mas queremos mudar
esse cenário e mostrar que o que estamos fazendo é inovação e que, por
isso, precisa se divulgado”, assinalou Lima.
O estudo deve ser finalizado dentro de um ano com patentes geradas e artigos publicados após o término das pesquisas