sexta-feira, 20 de novembro de 2015
POLÍCIA FEDERAL FAZ BALANÇO DA OPERAÇÃO "LA MURALLA"
Balanço da Operação "La Muralla"
Manaus\AM - Sobre a Operação "La Muralla" desencadeada na data de hoje (20\11), a Polícia Federal informa que até o momento foram cumpridos os seguntes Mandados Judiciais:
. Presos em Presídios : 32
. Presos retirados de Presídios: 7
. Presos em Manaus: 34
. Presos em Tabatinga: 12
. Presos em Tonantins-Am: 01
. Presos em outros Estados: Ceará (7) - Rio de Janeiro (3)
. Veiculos apreendidos em Manaus\Am: 25 carros e 01 moto
. Veiculos apreendidos em Tabatinga\Am: 01 carro e 01 moto
. Dinheiro apreendido: 880 Mil
Manaus/AM - A Polícia Federal realiza hoje (20) a Operação “La Muralla” para
desarticular organização criminosa transnacional que atuava principalmente no
tráfico internacional de drogas, operando ainda no Tráfico de Armas, Lavagem
de Dinheiro, Evasão de Divisas, Roubo, Homicídios, Sequestro, Tortura e
Corrupção de agentes públicos. As ações transcorrem nas cidades de
Manaus/AM, Tonantins/AM, Tabatinga/AM, Crateús/CE, Caucária/CE,
Fortaleza/CE, Natal/RN, Boa Vista/RR e Rio de Janeiro/RJ. Por meio de
cooperação internacional, pela Difusão Vermelha da INTERPOL, também serão
efetuadas prisões no Peru, Colômbia, Venezuela e Bolívia.
Em ação coordenada, cerca de 400 Policiais Federais, 300 Policiais Militares do
Batalhão de Choque e do Grupo Fera da Polícia Civil do Estado do Amazonas
cumprem 127 mandados de prisão preventiva, 67 mandados de busca e
apreensão, 7 buscas em presídios estaduais, 68 medidas de sequestro de bens,
além do bloqueio de ativos registrados em 173 CPF/CNPJ ligados a integrantes
da organização criminosa, todos determinados pela Justiça Federal no
Amazonas. Dentre os alvos, 17 serão transferidos para o Regime Disciplinar
Diferenciado (RDD) em penitenciárias federais. Por praticaram atos ilícitos no
interesse da organização criminosa, também serão presos sete advogados e um
vereador da cidade de Tonantins/AM.
A investigação teve início em abril de 2014 com a apreensão de R$ 200 mil, em
espécie, pela Polícia Federal no Amazonas. Na ocasião, durante ação no Rio
Solimões, uma lancha de propriedade do grupo foi apreendida com o dinheiro
ocultado no interior de um aparelho de ar condicionado. Apurou-se que a carga
tinha como destino fornecedores de drogas que atuam na tríplice fronteira entre
Brasil, Colômbia e Peru. Durante as investigações a Polícia Federal conseguiu
revelar como se estruturava uma facção criminosa que domina o sistema
prisional do Estado do Amazonas (auto intitulada Família do Norte – FDN), que
se organizava de forma similar às facções criminosas que dominam os sistemas
prisionais nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Com uma estrutura extremamente hierarquizada, a organização planejava
controlar as ações do grupo de dentro dos presídios do Amazonas, almejando o
domínio absoluto do sistema prisional e o monopólio do tráfico de drogas no
estado. A organização buscava executar um verdadeiro sistema empresarial do
crime, sempre com o objetivo de auferir lucros. Estima-se que nos últimos anos
a organização tenha sido capaz de incorporar em suas “fileiras” milhares de
pessoas, em um sistema de divisão funcional de atividades, inclusive com núcleo
jurídico próprio (advogados integrados às atividades criminosas do grupo).
A FDN se utilizava de meios tecnológicos avançados para a realização de
“negócios” com outras organizações criminosas, nacionais e internacionais, e
ainda nos contatos com políticos e membros do poder público. Pretendia até
indicar e financiar a candidatura de alguns de seus integrantes para a disputa
de cargos políticos nas próximas Eleições.
Com extrema violência, a FDN tentava consolidar um estado paralelo na Região
Norte do país, com leis próprias, definidas por meio de seu “estatuto”, no qual
suas lideranças ditavam sentenças diárias, muitas de dentro do sistema
penitenciário, onde foi instituído um verdadeiro Tribunal do Crime. A facção
criminosa estipulava os crimes que poderiam ser praticados, especialmente
sobre quem deveria viver ou morrer. Os dados obtidos durante as investigações
permitem responsabilizar o grupo por dezenas das mortes violentas ocorridas
nos últimos meses em Manaus, incluindo alguns homicídios cometidos no
período que ficou nacionalmente conhecido como “Fim de Semana Sangrento”,
quando 38 pessoas foram assassinadas na capital amazonense em apenas três
dias.
Somente nos últimos seis meses de investigação foram realizadas 11 grandes
apreensões de drogas pertencentes à FDN, que resultaram em 27 prisões em
flagrante e na apreensão de aproximadamente 2,2 toneladas de drogas,
avaliadas em aproximadamente R$ 18 milhões. Houve, ainda, a apreensão de
dinheiro, veículos, embarcações e armas de fogo de grosso calibre, incluindo
submetralhadoras 9mm e granadas de mão.
Os presos serão ouvidos na Superintendência da PF em Manaus e recolhidos em
presídios estaduais e federais. Todos responderão, na medida de suas
participações, pelos crimes de Tráfico Internacional de Drogas, Tráfico de Armas,
Lavagem de Dinheiro, Evasão de Divisas, Roubo, Corrupção, Homicídio,
Sequestro, Tortura e outros crimes conexos.
* “La Muralla” (em português, "A Muralha") era o nome do quartel general do Cartel de Cali, na
Colômbia, local em que as principais lideranças daquele grupo coordenavam suas ações
criminosas. A operação foi batizada com esse nome espanhol em função de diversas coincidências
na estrutura, objetivos e modo de operação com a facção amazonense.
** Será concedida entrevista coletiva à imprensa, em horário a confirmar, na Superintendência
Regional da PF no Amazonas. Avenida Domingos Jorge Velho N. 40, Conjunto D. Pedro II, Planalto,
Manaus/AM.
Publicidade

Pesquisar este blog
Publicidade e Propaganda
