terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Hospital de Envira (AM) sem estrutura para atender pacientes

Após peregrinação, a Prefeitura de Envira (a 1.215 quilômetros de Manaus) conseguiu emprestar um cilindro de oxigênio para o hospital da cidade socorrer um paciente internado com sintomas de Acidente Vascular Cerebral (AVC). O prefeito de Envira, Rômulo Matos (PPS), declarou que a situação vivida no último domingo, com o hospital da cidade sem oxigênio, aliada a demora para concluir a unidade de saúde, exemplifica a precariedade em que se encontra o sistema de saúde pública nos municípios mais distantes da capital do Estado. Matéria publicada na A CRITICA mostrou que as obras dos hospitais de Envira, Tabatinga, Humaitá e São Paulo de Olivença estão atrasadas em até quatro anos e meio.

Após pedir ajuda aos municípios vizinhos - Eirunepé (a 1.245 quilômetros de Manaus) e até Feijó, no Estado do Acre -, o hospital de Envira foi socorrido pela unidade de saúde de Ipixuna (a 1.368 quilômetros da capital amazonense). Na tarde de domingo, a Prefeitura de Envira alugou um avião para levar o cilindro de oxigênio até o município. O paciente que passou pela dificuldade de atendimento no hospital de Envira foi o padre Theo Fersere, de 78 anos, pároco mais antigo do município. Segundo informações da direção do hospital, após receber o auxílio do equipamento, o quadro de saúde do religioso melhorou.
 “Estávamos pensando em transferi-lo com urgência para Manaus, mas, graças a Deus, ele apresentou melhora”, informou o diretor do hospital, Magno Lopes. Segundo o diretor, o hospital compra oxigênio de comerciantes locais. Por causa da distância do município de Manaus, tanto a unidade de saúde quanto os vendedores têm dificuldade de manter seus estoques. “Tivemos algumas emergências com outros pacientes, e no domingo não tínhamos mais oxigênio”, explicou o gestor. Magno disse que o hospital de Ipuxuna cedeu apenas um cilindro de oxigênio, pois também estava com dificuldade. Segundo o diretor, Eirunepé e Feijó não puderam ajudar o hospital de Envira porque também não tinham o equipamento. As obras de reforma e conclusão do hospital de Envira são as mais atrasadas entre os municípios Segundo levantamento feito no “Mapa de Obras do Governo do Amazonas” (http://sicop.am.gov.br/sicop/), o prazo para conclusão daquela unidade de saúde saltou de 90 para 1.860 dias (cinco anos). Mas, segundo o prefeito de Envira, Rômulo Matos (PPS), a construção do hospital da cidade se arrasta desde o ano 2000. “Esse novo prazo (90 dias) era apenas o de um novo convênio que foi feito para concluir a obra”, explicou Rômulo. No dia 13 de março de 2006, o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), assinou um convênio com a Prefeitura de Envira para concluir o hospital. O Estado ficou responsável pela liberação da verba, R$ 1,5 milhão, e a Prefeitura pela contratação da empresa que faria o serviço. Cinco anos e dez meses depois do convênio, o trabalho permanece incompleto. No domingo (29), o secretário executivo de Assistência à Saúde do Interior da Susam, Evandro Melo, prometeu que o Governo do Estado vai abrir licitação para reiniciar as obras do hospital de Envira. Sobre os hospitais de Tabatinga, Humaitá e São Paulo de Olivença, o secretário disse que os três serão concluídos este ano.

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