O ano é novo, mas nada parece mudar no trabalho de Mano Menezes. Prova disso é a primeira convocação do técnico da seleção brasileira em 2012. Em pleno ano de Olimpíada foram convocados apenas oito jogadores em idade olímpica para o amistoso contra a Bósnia. Fica a impressão que a única coerência de Mano Menezes é manter o clima estável e garantir o seu emprego e não renovar o time canarinho. Mais: a ideia de recorrer a medalhões para que o time ganhe confiança pode ser um tiro no pé. Não discuto a qualidade dos jogadores convocados, afinal, a maioria dos que estão na lista tem plenas condições de defender o Brasil. Veja bem, a 'maioria', não todos.
Alheio a isso, algumas escolhas do jogador são muito questionáveis. Talvez a maior delas atenda pelo nome Ronaldinho Gaúcho. Sua convocação foi um das mais questionadas pelos jornalistas na entrevista coletiva posterior ao anúncio. Mano Menezes alegou coerência em seu projeto com o craque do Flamengo. Enxerga Ronaldinho Gaúcho como um líder positivo, que pode incrementar a seleção de 2014 com sua experiência. Com todo respeito ao atleta que já foi o melhor do mundo, ele não deve cumprir esse papel. Ao menos como espera o treinador.
Em sua vitoriosa carreira como jogador, o atleta sempre demonstrou ser um craque, mas não um líder dentro de campo. Foi sua capacidade técnica e nunca sua postura que o consagrou.
Em sua vitoriosa carreira como jogador, o atleta sempre demonstrou ser um craque, mas não um líder dentro de campo. Foi sua capacidade técnica e nunca sua postura que o consagrou.
Pelo andar da carruagem, ele não mudou muito. Ao menos para ser o líder da seleção brasileira em 2014. Faria muito mais sentido convocar Oscar do que o atleta do Flamengo. O meia do Internacional é um dos mais talentosos de sua geração e precisa ganhar experiência. Jovens valores só ganham experiência jogando. Outro grande questionamento em torno da convocação de Mano Menezes é a sua ausência de Kaká, o meia do Real Madrid tem mostrado alguns lampejos do futebol que o consagrou como melhor do mundo e, na minha opinião, merecia ser chamado se fosse seguido o mesmo critério usado com Ronaldinho. Kaká, ao contrário do Gaúcho, sempre mostrou vocação para liderar e tem dado sinais que pode recuperar parte da velha forma. Contudo, no geral, Mano mais acertou do que errou. Mas alguns erros podem comprometer o projeto de 2014. Contudo, apesar da fala mansa e aparente tranquilidade de Mano Menezes, suas convocações sempre dão a impressão de que falta ousadia e coragem. E isso incomoda a torcida, os atletas e esse jornalista aqui também.
Por Rafael Santos | Futebol Cinco Estrelas
