Após a interdição do
abatedouro do município de Envira (distante a 1.216 quilômetros de Manaus) pela
Comissão de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Codesav), o abatedouro de
Eirunepé também será fechado. O local que
abastece toda a cidade está localizado próximo ao lixão e não possui o mínimo
de estrutura e higiene para o abate animal e o transporte da carne. A denúncia
foi feita pelo deputado estadual Sidney Leite (DEM).
De acordo com o
diretor-presidente da Codesav, Sérgio Muniz, no dia 27 de abril, após uma
fiscalização no local, o matadouro de Envira foi interditado por não oferecer
higiene no processo de abatimento do gado, além de não possuir as ferramentas e
utensílios necessários para o processo. Segundo Muniz, houve uma reunião
entre o órgão e a prefeitura da cidade onde estes foram comunicados sobre as
irregularidades e por consequência o fechamento do local. “Disponibilizamos um
técnico para ajudar e prestar orientações e um veterinário. O abatedouro só
voltará a funcionar quando fizerem os reajustes exigidos. Espero que isso
ocorra o mais breve possível, mas tem que ser feito”, comentou.
Após essa ação, os
técnicos da Codesav seguem para o município de Eirunepé, onde a situação do
abatedouro é crítica. De acordo com informações dos vereadores, no município
todo o processo é irregular, desde o abate do gado ao transporte da carne. O
abatedouro está a poucos metros do lixão a céu aberto e há um cemitério de cabeças
de gado espalhadas pelo terreno. Essa mesma carne que abastece a população é
usada como alimento no hospital da cidade.
Em março deste ano um
grupo de vereadores de Eirunepé apresentou um dossiê ao deputado Sidney Leite e
à secretária de saúde do interior, Adriana Moreira, na sede da Secretaria de
Estado de Saúde (Susam). O documento denunciava o abatedouro municipal que
funciona sem nenhuma condição de higiene colocando em risco quem consome a
carne. “A equipe já está pronta para ir para Eirunepé, estamos aguardando
apenas a disponibilidade de uma aeronave. Esse abatedouro também será fechado”,
afirmou Muniz.
Sidney Leite classificou
essa situação como gravíssima e ressaltou que esta realidade se repete em
outros municípios. Para o parlamentar, essa é uma questão de saúde pública e
estes locais não podem continuar funcionando sem nenhum tipo de condição. “Em
Eirunepé o animal é abatido no chão, misturado com vísceras e restos de bois.
Ao lado tem um chavascal com cabeças de animas jogadas e do outro lado um
lixão”.
Leite disse que é a
favor do fechamento, mas lembra que é preciso buscar alternativas, inclusive de
financiamento, para tentar resolver o problema. “Outros municípios enfrentam o
mesmo problema. A Codesav tem que ser rígida, porque não estamos lidando apenas
com a questão da saúde animal, mas da saúde humana”.