Uma bebida funcional à base de açaí
desenvolvida com apoio do Governo do Amazonas por meio da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) está em fase de produção pela empresa
Bombons Finos da Amazônia, em parceria com a Universidade Federal do Amazonas
(Ufam).
O projeto é um trabalho contemplado
no edital de Programa de Subvenção Econômica à Inovação Tecnológica em Micro
Empresas de Pequeno Porte no Estado do Amazonas (Tecnova/AM), desenvolvido pela
Fapeam em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
O açaí tem como um dos principais
ativos a antocianinas, pigmentos responsáveis pela cor característica do fruto
e atividades biológicas, explica o doutor em Biotecnologia, Emerson Lima.
O pesquisador disse ainda que o
pigmento possui várias ações, entre elas oxidantes e anti-inflamatórias, que
estão diretamente ligadas à prevenção do risco cardiovascular. “Pensamos em
fazer uma bebida que seja gostosa, mas que ao mesmo tempo pudesse ter esse
efeito preventivo sobre as doenças cardiovasculares. Então, nesse sentindo, a
empresa procurou a Ufam para desenvolvermos esse projeto em conjunto”, disse o
pesquisador.
Emerson Lima ressalta que o mercado
já dispõe de algumas bebidas nesse segmento, mas que o diferencial do produto,
elaborado pela equipe, é o apelo funcional. “Com alto teor de antocianinas,
estamos desenvolvendo um produto que tenha essa possibilidade de ser uma bebida
para prevenção do risco cardiovascular”, enfatizou.
Para empresário Jorge Alberto da
Silva, que já atua há vários anos no segmento de bombons de chocolates feitos
com recheios amazônicos, a bebida à base de açaí é um produto novo. Ele
acrescenta que, com essa pesquisa, já foi possível pensar em outros produtos
como a farinha de açaí, que está em fase de produção. “Hoje temos o bombom de
açaí, geleia de açaí, mas não temos uma bebida onde pudéssemos conservar os
reais nutrientes do fruto. Pensamos também em fazer um bombom onde pudéssemos
misturar o cupuaçu, por exemplo, com açaí, que foi o que gerou a farinha de
açaí”, disse o empresário.
Jorge Alberto ressalta que o apoio da
Fapeam foi essencial para transformar a ideia no bom negócio para o Amazonas.
“É muito importante esse apoio. Não teríamos condições de fazer sem a Fapeam,
porque não é algo tão barato, pois necessita de testes desenvolvimento do
próprio produto e aquisição dos próprios materiais”, disse o empresário.
Metodologia
O pesquisador Emerson Lima explicou
que a primeira fase da pesquisa foi desenvolver um extrato de açaí que
envolvesse o processo de enriquecimento do fruto com alto teor de antocianinas.
“Nós produzimos um extrato seco com um teor elevado de antocianinas a partir de
frutos colhidos aqui mesmo. O que dificulta a incorporação desse extrato na
bebida é que o rendimento dele é muito baixo e isso pode ser feito ou pensado
em uma etapa futura, que é o enriquecimento com esse extrato na formulação”,
explicou Lima.
Atualmente, a bebida está em testagem
para definir a melhor formulação de paladar e textura. Já a próxima fase do
projeto será o estudo da estabilidade das bebidas, por exemplo, como tempo de
prateleira e o processo de industrialização. “Queremos chegar ao final do
projeto não apenas com a bebida, mas também com subprodutos do açaí que podem
ser incorporados como produtos da empresa”, finalizou o pesquisador.