Com apoio do Governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), o estudante do 9º período de Enfermagem da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Paulo Sérgio Ferreira da Silva Filho, desenvolveu por meio do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic), a pesquisa intitulada “O processo de enfermagem aplicado a pacientes com diagnóstico de morte encefálica e potencial doador de órgão”, cuja proposta é compreender as ações que os enfermeiros desenvolvem para a manutenção de potenciais doadores de órgãos para a efetivação do transplante.
Sob a orientação do pesquisador e doutor Zilmar Augusto de Souza Filho, o universitário explicou que o processo de enfermagem orienta a sistematização do atendimento do enfermeiro. “Nós não investigamos o transplante em si, mas sim como é realizada a manutenção de potenciais doadores de órgãos. Nosso trabalho foi direcionado aos enfermeiros. Buscamos saber quais as atitudes, ações e condutas que eles (enfermeiros) têm para como esses pacientes, é um estudo qualitativo”, contou o pesquisador.
Durante o estudo foram abordadas duas resoluções que regulamentam a enfermagem, sendo uma que trata acerca das ações do enfermeiro como gestor e a outra que rege a ação do profissional de enfermagem com relação a potenciais doadores de órgãos. “A primeira resolução trata sobre o percurso metodológico para a assistência que o enfermeiro concede. É a resolução 358/2009 do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) que aborda diretamente o processo de enfermagem. A segunda resolução trabalhada é a 292, também do Cofen, que rege a ação do enfermeiro com potenciais doadores de órgãos”, explicou o universitário.
A metodologia usada na pesquisa foi a qualitativa. O jovem cientista analisou conteúdos relacionados ao tema do estudo e realizou entrevistas com enfermeiros. Sete profissionais de enfermagem foram ouvidos ao longo do estudo.
De acordo com bolsista, a partir das entrevistas e do acompanhamento da rotina de trabalho dos enfermeiros do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) foi possível detectar que a grande quantidade de documentos a serem preenchidas pelo profissional de enfermagem reflete na assistência ao paciente. “Embora o protocolo de Morte Encefálica (ME), seja denso e contribua na assistência aos potenciais doadores de órgãos, ele se mostra contrário a tudo aquilo que os enfermeiros viram em sua formação. O que mostra a escassez no que diz respeito ao aprimoramento e atualização dos enfermeiros para essa modalidade médica ainda pouco trabalhada no Amazonas”, disse o estudioso.
Protocolo
Sérgio explicou que quando é aberto um protocolo de morte encefálica é feito um primeiro exame e, depois de 12 horas, é feito um novo exame, por médicos diferentes. Em seguida a Comissão Interhospitalar de Procura de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) é acionada. A partir do diagnostico de morte encefálica e havendo possibilidade de doação é chamada a Organização de Procura de Órgãos (OPO) que tem o papel de intermediar o processo de doação com familiares.