O deputado estadual Luiz Castro (PPS) enalteceu a posição do Ministério Público do Amazonas (MPA) ao solicitar do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) a aprovação de seu pedido de uma possível intervenção na administração do município de Coari (a 363 km de Manaus).
Luiz Castro afirmou que possui uma grande expectativa em relação à decisão do Judiciário amazonense, “pois na verdade o Ministério Público coloca com muita clareza, tudo aquilo que já se sabia e afirmava e foi constatado pelo próprio MP”.
Para o deputado, o prefeito afastado de Coari, Adail Pinheiro continua, de fato, a comandar toda a estrutura administrativa, econômica e financeira do município, a partir de sua localização atual, no Batalhão de Polícia Militar, onde ele se encontra detido (provisoriamente), aguardando julgamento.
Para Luiz Castro, a medida de afastamento solicitada pelo próprio MP não surtiu o efeito desejado. “Porque é cada vez mais claro e evidente que os recursos financeiros do erário público de Coari continuam a ser desviados para fins ilícitos”, denunciou o parlamentar.
“Nós esperamos que o MP tenha acolhido, pelo Judiciário, o seu pedido de intervenção e, com isso, possamos restabelecer através de um interventor apontado pelo governador José Mello (PROS). Esta pessoa deve ser de ilibada reputação para colocar a Casa em ordem, afinal esse pedido de intervenção não foi feito apenas pela oposição, mas subscrito por dez parlamentares da situação que ajudou a embasar o MP a novas apurações e ao convencimento do pedido de intervenção”, apontou Castro.
O deputado lembrou que aconteceu, neste Parlamento, uma “Cessão de Tempo” onde aconteceram depoimentos dramáticos de pessoas, que são perseguidas em Coari da forma ‘mais absurda possível’, a exemplo do que aconteceu com uma senhora, dona de uma banca de revista, que foi arrancada e seu material de trabalho foi confiscado.
“Pelo que me lembro na ditadura militar se proibia a circulação e venda de jornais, mas nunca se arrancou bancas de revistas que vendesse um jornal. A proprietária foi muito clara, ela vendia jornais de circulação da capital, a exemplo de A Crítica. Quando ela foi abordada pelos fiscais da prefeitura e lhe arrancaram a banca, eles se referiram ao Jornal A Crítica e ao Jornal Informativo da Assembleia Legislativa que tinha um texto de minha autoria e era distribuído de forma gratuita na banca, portanto, de nenhuma responsabilidade da proprietária”, explicou o deputado, ressaltando
Afirmando que a ditadura em Coari é um fato, Luiz Castro relatou que no município ocorre intimidações contra familiares de vítimas e testemunhas de casos de pedofilia e outros desmandos como violação dos direitos humanos. “Nós estamos confiantes de que nossa Justiça vai promover a erradicação desse grupo político, que aos olhares de todos já se tornou um grupo do crime organizado”, informou.
“Precisamos de um programa de apoio à testemunha materialmente adequado a situações como o enfrentamento de crimes de pedofilia e abusos de crianças. Temos um programa eficaz de proteção a vítimas, mas não temos um de proteção a testemunhas e esse quadro precisa ser desenhado para se adequar a novas situações”, finalizou Castro.