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Eirunepé-Am. Foto: Redação |
Depois de levar
energia elétrica a quase 12 milhões de pessoas que vivem em áreas rurais, o
Programa Luz para Todos enfrenta agora sua fase mais complexa, que é atender a
cerca de 30 mil comunidades isoladas, localizadas principalmente na Região
Norte do país. Para chegar a locais onde não há possibilidade de fazer ligações
elétricas convencionais, o Ministério de Minas e Energia está investindo em
energias alternativas, especialmente a solar. O sistema já funciona em
comunidades do Amazonas, nos municípios de Novo Airão, Eirunepé, Beruri,
Barcelos, Autazes e Maués, atendendo a 222 residências, com investimento total
de R$ 5,5 milhões.
“Hoje estamos com a parte mais difícil do programa,
principalmente porque as pessoas estão muito dispersas, especialmente na Região
Norte, então é muito difícil atender”, explicou à Agência Brasil o secretário
de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Ildo Grüdtner. Para ele,
atender às localidades isoladas com energia solar é mais vantajoso
financeiramente do que fazer a ligação por extensão de rede, que exige a
instalação de postes e linhas de transmissão em áreas muito afastadas. “A gente
usa o que for mais em conta, não vamos utilizar a opção de energia mais cara.
Se busca sempre fazer a forma mais econômica, dentro de um padrão de
qualidade”. De acordo com o coordenador da campanha Clima e Energia do
Greenpeace Brasil, Ricardo Baitelo, o uso de energias renováveis pode ser uma
boa solução para que o Luz para Todos possa atingir suas metas. “Por mais que o
programa já tenha atendido bastante gente, ainda há uma porcentagem da
população que não foi atendida. Para isso, achamos que a aplicação de energia
solar deve aumentar, assim como outras iniciativas. Em qualquer região do país
há potencial de sol, vento, biomassa ou de um pequeno aproveitamento hídrico.
As energias renováveis podem dar conta de atender ao final do programa”. O Luz
para Todos também está utilizando cabos subaquáticos para as comunidades de
ilhas fluviais e oceânicas, além de postes de fibra que, por flutuar e poderem
ser transportados até em canoas, facilitam o deslocamento principalmente na
região amazônica. A meta do Luz para Todos entre 2011 e 2014 é fazer 716 mil
ligações, sendo que 39% já tinham sido cumpridos até o fim de março.