Apoiado pela
Fapeam, estudo foi premiado com honra ao mérito no Pibit/CNPq-Paiti/Fapeam, em
2015
O período de enchente e vazante tem
alterado o modo de vida e a economia do município de Barreirinha (distante a
330 quilômetros de Manaus), conforme pesquisa realizada pela estudante de
Serviço Social, Kássia Karise Carvalho, sob a orientação do mestre em Serviço
Social e Sustentabilidade na Amazônia, Patrício Azevedo Ribeiro, da
Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A pesquisa conta com apoio da Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
O estudo, desenvolvido no âmbito do
Programa de Iniciação ao Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Amazonas
(Paiti-AM), recebeu a premiação de honra ao mérito pelo 1º lugar na execução do
projeto científico na área de ciências humanas dos Programas Institucionais de
Bolsas de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – Pibiti/CNPq-Paiti/Fapeam, em
2015.
Segundo o orientador, o objetivo
central da pesquisa foi analisar os impactos socioambientais e econômicos
ocasionados pela enchente e vazante dos rios na zona urbana de Barreirinha,
localizado na área do Baixo Amazonas, considerando a intervenção no ambiente.
No estudo foram ouvidas 54 pessoas, entre comunitários e servidores públicos.
“Por meio do estudo podemos
identificar vários pontos que dinamizam os resultados alcançados: a cidade de
Barreirinha, em épocas de grandes enchentes e vazantes, fica 90% submersa à
água; a dinâmica da cidade muda completamente, pois as escolas, o comércio, as
instituições de saúde e assistência, os domicílios, enfim, o modus
vivendi precisa ser readequado para esse período”, disse Patrício
Azevedo.
Agravos - Conforme o
estudo, os moradores do município também enfrentam agravos na questão ambiental
pelo acúmulo de lixo, presença de água contaminada, animais peçonhentos e o
aparecimento de doenças. No âmbito econômico também há perdas. “As perdas são
especificamente para os trabalhadores informais e autônomos, a exemplo dos
tricicleiros, mototáxis, trabalhadores braçais e vendedores ambulantes, visto
que 84% dos informantes afirmaram “sim” quanto aos impactos no âmbito
econômico”, conta o pesquisador.
A população tem criado estratégias
para driblar as dificuldades, como a criação de marombas nos domicílios ou a
busca por alocação em casas de parentes. O esforço da esfera pública também
ganha destaque nesse cenário, com atendimento redobrado realizado pelos
servidores. Porém, o estudo identificou que as iniciativas do poder público e
sociedade civil ainda são rarefeitas.
“É necessário maiores planejamentos,
organização local, pois é uma realidade que já permeia de forma contínua e
acentuada a cidade de Barreirinha. Em outras palavras, é preciso (re)pensar
políticas públicas que possam atender as demandas das populações e,
conjuntamente, (re)pensar a situação dos moradores a partir da questão
socioambiental”, explica Patrício.
Os resultados foram obtidos por meio
de estudo exploratório, documental e bibliográfico, cujos dados repassados
pelas Secretarias Municipais de Educação, Saúde, Assistência Social e Cultura,
Turismo e Meio Ambiente e, ainda, obtidos nas residências dos moradores
localizados nos bairros Ulisses Guimarães e Ladislau Lucas.