A manchete desta edição é uma frase de um empresário que pediu anonimato, temendo retaliação. E o encanto, diz ele, é por uma razão muito simples. “Com este rapaz temos certeza que os impostos pagos pelas empresas vão chegar à população”. As indústrias pagam aproximadamente três bilhões de reais por ano ao governo e esta riqueza não está chegando às escolas, ao interior, aos hospitais. “É muita riqueza gerada pelas indústrias e pelos trabalhadores na Zona Franca de Manaus, isso resulta em muito imposto e mesmo assim o Estado tem os índices de exclusão entre os piores do Brasil.”
Encantou os empresários
Numa apresentação brilhante de seu plano de governo, Marcelo Ramos e Júnior Brasil, tendo na plateia o ex-prefeito Serafim Correa, Marcelo trouxe os números da indústria e demais setores da economia. E mostrou que são mais de R$ 700 milhões para interiorizar a economia. “Com esse dinheiro, nós já poderíamos ter construído uma pujança de riquezas e oportunidades no interior”. Ele mostrou que o dinheiro está indo para pagar diárias e passagens, obras eleitoreiras e outras disfunções enquanto o interior está entregue às baratas.
Muita grana e muita pobreza
Marcelo lembrou que em 2004, o Orçamento Executado foi de R$ 4.515.371.358,39 e no ano de 2010, o Orçamento Executado foi de R$ 10.506.671.248,34. Ou seja, nos 8 anos que o Amazonas foi governado por Braga o orçamento cresceu mais de 100%, passado de 4,5 bi para 10,5 bi. Hoje, a previsão é que chegue no próximo ano, a 15 bilhões. Com um crescimento tão expressivo do orçamento do Estado era de se esperar que no mesmo período houvesse significativa evolução nos índices sociais e qualidade dos serviços públicos. “Não foi o que aconteceu!” Em 2010 o Amazonas chegou a 648,6 mil pessoas vivendo na extrema pobreza, o que equivale a 18,6% da população, índice que é o dobro da média nacional (IBGE. Censo 2010).. Em 2004, o Amazonas tinha 16,9 homicídios por 100.000 habitantes. Em 2010, passamos para 30,6 (Mapa da Violência 2012). Para se ter uma ideia, esse índice é mais de 3 vezes o índice médio do Afeganistão que é de 9,9.
Mortalidade infantil
Alguém pôs no bolso a grana da saúde. Em 2010, 25,2 de cada 1000 nascidos morriam antes de completar 5 anos. 2010 flagrou o deixou o Amazonas com a 4ª maior taxa de mortalidade na infância. Em 2010 o IDH-Educação do Amazonas era 0,561 nos colocando como 21º entre os 27 Estados da Federação. De 2010 pra cá, com a continuidade da mesma política, agora capitaneada por Omar e Melo, chegaremos ao final de 2014 com um Orçamento Executado de mais de 15 bilhões de reais, mas nossos índices sociais seguem vergonhosos. Para onde foi tanto dinheiro. Basta olhar a evolução do patrimônio de servidores públicos que, supostamente, vivem de salário. E esta grana, disse Marcelo, é uma riqueza gerada pelas empresas e pelos trabalhadores. Os impostos não estão chegando para aliviar a qualidade de vida da população.
Pobreza e degradação
“Os que governaram o Amazonas nas duas últimas décadas enriqueceram os cofres do Estado, mas aprofundaram a pobreza e degradaram gravemente os serviços públicos. Temos uma bela ponte, uma arena espetacular, um grandioso festival de opera.” Marcelo denunciou a falta de infraestrutura para a atividade produtiva, sem remédios e com pacientes pelos corredores dos hospitais, com milhares de crianças fora da escola, professores mal remunerados e desvalorizados nas suas carreiras e, como uma das consequências, seguimos com mais de 600 mil amazonenses vivendo na miséria.
Falta de transparência
Com gráficos e aplausos, Marcelo mostrou que o Estado não mostra o que faz com o dinheiro pago pelas empresas. No quadro apresentado por Marcelo, o Amazonas ficou em penúltimo lugar em transparência. A frieza dos números, a dinheirama que o Estado recebe, e a pobreza que se amplia no Amazonas, tanto quando a dor das pessoas, demonstra que os políticos das grandes e questionáveis obras, são os mesmos que deixaram de fazer as obras que a população espera. Aquelas que oferecem saúde, educação e que permitem o desenvolvimento da economia gerando e distribuindo riqueza. São duas décadas de mentiras e engodos que agora serão desmascaradas, mostrando a face incompetente, corrupta e irresponsável socialmente dos que colocaram o Amazonas a serviço de seu enriquecimento pessoal e de alguns poucos.
Aplausos e emoção
A cada instante, os aplausos interrompiam um relato dramático e um compromisso de quem tem o habito de prestar contas, de trabalhar com transparência, de quem relata a cada passo o que faz com a grana que recebe da Assembleia e os compromissos que assumiu ao ser colocado lá. “Chegou a hora de um governo que se importe e construa o que realmente muda a vida das pessoas. E o que muda a vida das pessoas não é ponte de um bilhão ou arena de 700 milhões. O que muda a vida das pessoas é hospital, leito, médico, remédio, escola, salário de professor, incentivo à produção rural, trânsito mais humano, transporte coletivo decente, polícia bem equipada, bem treinada, valorizada profissionalmente. O que muda a vida das pessoas é transparência, bom uso do dinheiro público, eficiência na administração.
Fonte: Portal Maskate