sábado, 15 de junho de 2013

Em Manacapuru, familiares de presos denunciam maus tratos e comida sem qualidade e em Iranduba, faltam celas.

Em meio à crise no sistema prisional da capital, que levou à troca de comando na Secretaria de Estado de Justiça (Sejus), denúncias de maus tratos no presídio de Manacapuru mostram que o problema também é critico no interior, onde faltam comida e espaço nas celas para os detentos e sobram irregularidades.

Em Manacapuru, familiares de presos denunciaram os maus tratos sofridos pelos detentos, que vivem em celas em condições precárias de higiene e recebem uma alimentação de qualidade duvidosa, segundo relatou Carla Oliveira*, 34, esposa de um preso da cadeia de Manacapuru. “A comida que os presos recebem tem cabelo e unha”, afirmou.
Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Epitáfio Almeida, a alimentação é apenas um dos problemas que, diariamente, são denunciados nos presídios do Amazonas. A superlotação é outra questão que gera grande reclamação, diz ele.
De acordo com Almeida, o presídio de Manacapuru, na verdade, é uma delegacia que foi ampliada para “depositar” pessoas. “As condições do lugar são insalubres e desumanas, não existe um espaço para banho de sol entre outras coisas”, enfatizou Almeida.
Outro exemplo é a delegacia de Iranduba, onde todos os presos são colocados em duas celas. “É muito comum ver até 30 presos dividindo a cela em delegacias, pois em muitas cidades não há penitenciárias”, relatou Almeida.
“É uma questão de respeito à dignidade humana. Entra secretário, sai secretário, e as coisas não estão mudando. Estamos aguardando pela construção dos presídios de Tefé e Maués para ver se a situação melhora”.
Para a coordenadora estadual da pastoral carcerária no Amazonas, Maria Marques, entre as principais reclamações dos presos e familiares deles estão a falta de comida, o desvio de alimentos, a morosidade da Justiça e a superlotação nas celas. “Vemos que a situação é ruim. Eles reclamam, por exemplo, que em uma cela enquanto um dorme o outro fica em pé, mas nossa ajuda ali é tentar amenizar a situação”, afirmou.
Maria disse ainda que a pastoral tenta também auxiliar familiares dos presos e prestar um serviço social a toda a família que sofre com o fato de ter um familiar preso. “Nos municípios mais distantes a situação é bem pior”, acrescentou Maria.

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