domingo, 27 de janeiro de 2013

Equipe do governo vai investigar morte de duas crianças indígenas no Interior


Índios hupdas de São Gabriel da Cachoeira (a 860 km de Manaus) denunciam problemas no atendimento à saúde na região após a morte de duas crianças.
Segundo o índio hupda Jorge Pires, 39, as crianças, da comunidade de Taracuá, no alto rio Negro, morreram no dia 16 passado, sem assistência médica e apresentando sintomas como vômito, diarreia e febre.

"Não tinha equipe de saúde, as crianças começaram a cair doentes e não tinha remédios", afirmou Pires.
A Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde informou que uma equipe multidisciplinar, formada por médico, assistente social, enfermeiro e engenheiro, foi enviada anteontem ao local para investigar a causa das mortes das crianças.
O órgão disse também que equipes de saúde visitam as aldeias da etnia a cada 30 dias. A ONG Associação Saúde Sem Limites diz ainda que há outras quatro crianças e um adulto doentes com os mesmos sintomas na aldeia.
O Ministério da Saúde nega surto de diarreia nas aldeias e diz que são apenas dois casos.  Ao todo, 2.677 índios hupdas vivem na região do alto rio Negro. Na comunidade de Taracuá são 202 índios da etnia. A aldeia fica no rio Tiquié, afluente do rio Negro, a três dias de barco da sede de São Gabriel.
A assistência à saúde indígena é responsabilidade do Ministério da Saúde, por meio do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) das cidades de São Gabriel, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos.
Em dezembro de 2012, a Justiça Federal, atendendo pedido do Ministério Público Federal, determinou que o Dsei garantisse o fornecimento de remédios nas aldeias.

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