O aditivo de R$ 50 milhões das obras da Arena da Amazônia, que receberá quatro jogos da Copa do Mundo de 2014, foi o tema do discurso do deputado estadual Marcelo Ramos (PSB), no pequeno expediente da Assembleia Legislativa (ALEAM), nesta terça-feira. O parlamentar criticou a decisão do governador Omar Aziz de ter autorizado o termo aditivo e lembrou que o mandatário tinha dito, em coletiva a imprensa, que não cederia as pressões da construtora Andrade Gutierrez. O socialista recordou que a Assembleia aprovou mais R$ 100 milhões para as obras da Arena, que foi justificado como sendo para a cobertura. “Foi dito na ocasião da votação que não era aditivo, mas agora o governador libera R$ 50 milhões para a Andrade Gutierrez e mostra que quem manda na cidade é esta empreiteira”, ironiza Ramos, completando que o governador terá que prestar esclarecimentos à população de Manaus sobre esta situação.
O deputado também enfatizou que o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou sobrepreço de R$ 86 milhões, nas obras da Arena. Assim disse que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) tem parecer negativo em relação a estas obras.
Ramos recordou que ao anunciarem que Manaus seria uma das cidades sedes da Copa de 2014, houve um grande entusiasmo, quando foram anunciados a construção de Monotrilho e BRT, além de haver a promessa de reordenamento urbanístico da cidade, assim como a construção de um novo estádio, que receberá os jogos. Ele enfatiza que passados 24 meses do anuncio e faltando mais 24 meses para a Copa, sobraram apenas duas obras: a reforma e ampliação do aeroporto Eduardo Gomes, que é realizada pelo governo Federal, e o andamento da construção da Arena da Amazônia. O resto, de acordo com o deputado, virou folclore. “Se olharmos para um dia após o término a Copa, teremos um `elefante branco`, que é o estádio, e uma dívida de R$1 bilhão, que será paga pela população, que não receberá nenhum benefício social”
Até então, o maior investimento realizado em obras de mobilidade urbana foi de R$53 milhões com o Expresso, segundo o deputado. “Apesar do governo ter a disposição R$1 bilhão e 600 milhões, não fez nada em relação a mobilidade urbana”, criticou.