A disputa entre os nove prefeituráveis em Manaus terá como destaque o embate político entre o líder tucano, Arthur Virgílio (PSDB), e a senadora comunista que detém o apoio dos ‘caciques’ governistas do Estado — senador Eduardo Braga (PMDB) e governador Omar Aziz (PSD) —, Vanessa Grazziotin (PCdoB). Além da disputa nas urnas, a comunista deverá lutar para quebrar o tabu de que a candidatura apoiada pelo governo do Estado tem saído em desvantagem nos últimos 16 anos. Desde a redemocratização do Brasil, em 1982, a capital amazonense elegeu cinco prefeitos. Desses, apenas dois — Manoel Ribeiro em 1985 e Alfredo Nascimento (PR) em 1996 — foram apoiados pelo líder do Executivo estadual na época. Nas outras quatro eleições, o candidato do governo do Estado saiu derrotado nas urnas.
Questionado a respeito do ‘peso’ político do apoio, o governador Omar Aziz (PSD) disse ter consciência do histórico negativo, mas garantiu que os governistas têm plena convicção de que estão escolhendo o melhor para Manaus.
Omar Aziz argumentou que nas últimas eleições, em 2010, mesmo com o apoio do ex-governador, senador Eduardo Braga (PMDB), não era um dos preteridos para o cargo. “Já tinha um governador eleito, mas a população confiou nas nossas propostas. Eu era o último nas pesquisas e fui eleito com uma votação recorde”, ressaltou, ao salientar que cada pleito deve ser analisado por uma ótica diferente, uma vez que os cenários políticos mudam constantemente.
Para o cientista político da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Gilson Gil, a transferência de votos de Aziz para Vanessa não será automática. Na avaliação dele, a quantidade de pessoas com escolaridade e renda mais elevada é maior na capital do que no interior do Estado o que faz com que o peso direto da ‘máquina’ seja menor em Manaus. “A relação do apoio deve ser olhada com cautela, levando-se em conta as eleições municipais de 2008”, disse.
