quinta-feira, 7 de abril de 2016

A exploração da mão de obra infantil no Amazonas cresceu 14% o número de crianças e adolescentes que trabalham no Amazonas

                                                                                       Por Marcio Nobre - www.focoamazonico.com
                               Foto: Marcello Casal Jr./ABr


Manaus - A exploração da mão de obra infantil no Amazonas cresceu 14% em 2014 em relação a 2013, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2013,  69.292 crianças e adolescentes, 6,5% da população nessa faixa-etária, trabalhavam e o  contingente subiu para 78.999, 7,8%,  em 2014.  Quase 60% exerciam alguma atividade agrícola e 24 morreram ou sofreram acidente grave, no ano passado, durante o trabalho.
A taxa está bem acima da registrada no País, onde o crescimento foi de 4,5%, saindo de 3,188 milhões para 3,331 milhões de crianças e adolescentes em situação de trabalho.
A taxa de crescimento também foi maior em relação a registrada na Região Norte, onde o número de crianças e adolescentes trabalhando saltou de 367.583 para 408.327 (11%),  entre 2013 e 2014. Rondônia foi o único Estado da região que registrou queda de população, nesta faixa-etária, ocupada: caiu de 42.604 para 33.752.
Os dados fazem parte da publicação ‘Cenário da Infância e Adolescência no Brasil – 2016’, da Fundação Abrinq,  lançada na terça-feira,  que reúne os indicadores relacionados à infância e à adolescência divulgados por órgãos oficiais no Brasil. A ideia é, segundo a administradora executiva da fundação, Heloisa Oliveira, mostrar como os problemas envolvendo os jovens estão ligados entre si. “São coisas que vistas isoladamente podem não dizer nada, mas, de forma combinada, você enxerga áreas que precisavam receber atenção e desenvolvimento”, disse.
O estudo mostra que, antes do aumento registrado em 2014, o número de crianças usadas como mão de obra vinha caindo no Estado.  Em 2011 chegou a 121.349 (11,5%)  crianças e adolescentes no trabalho, caiu para 87.543 (8,3%) em 2012 e  69.292 (6,5%) em 2013, voltando a subir em 2014.
O levantamento mostra, ainda, que no período de 2002 e 2014, o número de crianças e adolescentes em situação de trabalho cresceu 74,2% no Amazonas. Eram 45.348 naquele ano, 6,3%  da população na faixa-etária de 5 a 17 anos.
 “O mais preocupante é que esses dados ainda não refletem a crise econômica que a gente está vivenciando”, disse Heloisa.
Para a administradora executiva, o dado do aumento do trabalho infantil é um indicativo de problemas interligados. “As famílias estão tendo mais dificuldade de se sustentar e estão, cada vez mais, utilizando as crianças no trabalho infantil para complementação da renda. É uma sinalização de vulnerabilidade social aumentando”.
Acidentes
O estudo da Abrinq mostra que, no ano passado, 24 crianças e adolescentes na faixa-etária de 5 a 17 anos sofreram algum tipo de acidente grave ou fatal, diretamente relacionado ao desempenho de alguma atividade remunerada que exercia. Em 2014 foram 18 e 2013, 19.

A íntegra do estudo ‘Cenário da Infância e Adolescência no Brasil- 2016’ pode ser acessada no site observatoriocrianca.org.br.

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