sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Com muita competição e esperança das agremiações, Prefeitura de Manacapuru realiza o 19° Festival de Cirandas



    O clima de rivalidade temporária em Manacapuru, municípo distante 79 quilômetros de Manaus, invadiu a cidade, isto porque acontece neste fim de semana o 19º Festival de Cirandas.
     
     As três agremiações: Guerreiros Mura, Flor Matizada e Ciranda Tradicional mobilizaram a cidade com carreatas e ensaios durante a semana. O evento, segundo os moradores da cidade, que em sua maioria estão envolvidos com a festividade, será grandioso.





    
     Este ano, foi cogitado de que os grupos folclóricos poderiam ficar sem as verbas públicas, mas o prefeito de Manacapuru, Jaziel Nunes de Alencar, conhecido como Tororó, se sensibilzou e levou os presidentes dos grupos até Brasília, onde foi feito um acordo e então, o trabalho nos galpões voltaram a ser realizados.



A Festa
     
     O município conhecido “Princesinha do Solimões”, se torna o foco dos olhares de todos os cirandeiros de Manacapuru e do mundo durante o fim de todo mês de agosto. As cirandas dão um show de bailado e magia, contagiando e dividindo a cidade nas cores das agremiações. E sim, a rivalidade é tão marcante como os das torcidas de time de futebol e até a conhecida richa entre Caprichoso e Garantido. O Festival é a segunda maior explosão de alegria das festas populares do Amazonas.
    
      A cada ano, as cirandas vez colhem um tema para desenvolver na arena em um período que dura no mínimo 2h e no máximo 2h30. Um corpo se jurados avalia a apresentação dos itens individuais e coletivos, que são eles: Porta cores, Cirandeira bela, cantador, apresentador, cordão de cirandeiros, cordão de entrada, tocada da ciranda, alegorias, fantasias dos destaques, cirandada, harmonia, criatividade e tema.
     
     O Parque do Ingá, conhecido como “Cirandródromo”, é o palco de muita dança, alegorias, fantasias e misticismo, e faz a galera, que é tão importante quanto o cordão de cirandeiros, delirar de emoção.
As apresentações são feitas por noite e faz-se um rodízio durante os festivais: A Agremiação que se apresentar em uma sexta-feira, no outro ano se apresentará no sábado e assim sucessivamente.

Guerreiros Mura

Este ano, a campeã por 12 vezes, Guerreiros Mura, irá abrir o mágico festival nesta noite de sexta-feira (28). Com o tema “Jesus Cristo, o guerreiro da salvação”, a ciranda irá levar 120 cirandeiros para sua apresentação; com quase 500 pessoas envolvidas para contar a história completa do nascimento até a ressurreição de Jesus.


De acordo com o diretor de arte da Guerreiros, Thiago Cavalcante, um dos idealizadores do que será apresentado, a ciranda irá mostrar o seu melhor na arena nas 2h30 de apresentação.
Ele também agradece em nome de todas as agremiações, o desempenho da prefeitura da cidade, que fez renascer a esperança do festival que já estava dado como acabado.
A ciranda traz as cores vermelho, azul e branco.

Tradicional

A ciranda mais antiga, fundada em 1985 e dona de três títulos, entrará com toda garra no Parque do Ingá no sábado (29), com o tema “Mitologia Grega: Deuses e a Criação Humana” com a promessa de ser uma das melhores apresentações vistas em todos os festivais.
Com 50 pares, o grupo folclórico que se preocupa visivelmente a segurança dos artistas e convidados do galpão, luta contra o pouco tempo que teve para começarem os trabalhos.
O cantador Abrãao Lincoln, item da ciranda, afirma que apesar dos problemas, a nação Tradicional trabalha com energia e dedicação para rebater as críticas.
De acordo com o Cirandista da agremiação, Marcondes Bindá, responsável pela pesquisa e resultado do que será apresentado, este ano foi gasto cerca de R$1.000.00,00. Para ele, o trabalho de 400 pessoas, entre elas, artesãos vindos de Parintins (AM), é para ser admirado e não alvo de tanta rivalidade. Ele também lamenta problemas em administrações anteriores que segundo ele, prejudicaram a ciranda por alguns anos.
“Antes de tudo, deve haver profissionalismo, somos todos amigos, e a finalidade do festival é mostrar espetáculo”, disse o cirandista á reportagem do Foco Amazônico.

Flor Matizada

Fechando com chave de ouro os shows de emoção e alegria, a Ciranda de cor branca e lilás, Flor Matizada, levará um cordão de 120 cirandeiros, e um total de 300 pessoas envolvidas na apresentação de domingo (30).
Com o tema “Ordem e Desordem, a metáfora da existência, a hexa campeã dos festivais, começou os ensaios em março, onde se destacou Giovana Maddy, escolhida como princesa cirandeira, item que representa a mulher cirandeira de Manacapuru. Com apenas 16 anos e chamando atenção pela beleza e dança, Giovana estréia este ano na Flor Matizada e diz estar preparada para dar o melhor de si na arena e busca levar todas as notas 10.
O apresentador Ivan Oliveira, importante item que está a frente da ciranda a 4 anos, afirma que também se prepara três meses antes e por isso sempre atinge notas máximas.
E seguindo o clima de competição, manda o seu recado: “Para aquelas que se proclamam campeãs de 2015, nós da Flor Matizada, daremos a resposta dentro da arena, e na segunda-feira conhecerão a verdadeira campeã”.

     
A transmissão das três noites será feita pela TV ACrítica.






Reportagem Márcia Monteiro
Fotos : Alessandro Pinto

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