São Paulo – Como
faz todo ano, no início de janeiro o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, fez
uma resolução. Para 2014, ele promete redigir uma nota de agradecimento pessoal
por dia, a ser enviada por e-mail ou carta de papel.
Não faltam motivos para
dizer “obrigado”. Só em 2014, Zuckerberg ganhou mais US$ 3,4 bilhões graças à
valorização das ações da empresa assim que os resultados de 2013 foram
divulgados na semana passada.
O Facebook elevou o uso
das redes sociais a níveis inéditos de popularização e engajamento. Para o
professor de marketing da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM)
Rodrigo Tafner, a principal realização do Facebook foi criar ferramentas para
integrar totalmente os seus usuários.
“A partir de 2005, o
Facebook investiu na Web 2.0, onde os usuários passam a ser geradores de
conteúdo e, de funções simples como postar o seu status, passaram a ter
condições de incorporar fotos, vídeos e dar novo significado a esse conteúdo”,
diz.
A rede social chega aos
10 anos com desafios importantes. O principal é aprimorar a experiência em
dispositivos móveis. Na semana passada, ao divulgar os resultados do quarto
trimestre de 2013, a rede social revelou que pela primeira vez o número de
acessos por plataformas móveis superou os acessos por desktop – dos 1.23 bilhão
de usuários ativos por mês, 945 milhões acessam o site por smartphone ou
tablet.
Mobile
No anúncio dos
resultados da empresa no quarto trimestre do ano passado, Zuckerberg deu uma
pista de como se dará o desenvolvimento do Facebook em plataformas móveis daqui
pra frente ao falar sobre “variedade de produtos”.
Na prática, isso
significa que mais do que incorporar novas funções ao seu aplicativo já
existente, o Facebook pretende desenvolver aplicativos próprios para algumas
ferramentas.
A principal aposta até
agora é o Messenger, sistema de mensagens privadas da rede social que, nos
tablets e celulares, ganhou um app próprio para concorrer com aplicativos
populares como o Whatsapp.
Ontem, a rede social
lançou nos Estados Unidos outro produto promissor para sua estratégia, o
aplicativo agregador de notícias Paper, que pretende melhorar a experiência de
consumo de conteúdo por meio do Facebook.
Cansaço?
Para muitos, outro
desafio será continuar relevante. Já há quem diga que o Facebook tem data de
validade. Pelo menos entre os jovens dos Estados Unidos há sinais de cansaço.
Segundo um estudo recente, a porcentagem de usuários ativos entre 16 a 19 anos
naquele país caiu de 75% no fim de 2012 para 48% no último trimestre do ano
passado.
“Sua maior ameaça não é
a evasão de usuários, mas a diminuição do tempo médio de uso. E é isso que
temos testemunhado vários jovens fazer”, acredita o publicitário Gabriel
Borges, da agência Ampfy. “Os jovens estão dando espaço para outras plataformas
como o Instagram, Snapchat e Whatsapp.”
A facilidade de mudar
contribui para a infidelidade, como lembra Carlos Affonso de Souza, diretor do
Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS). “A geração que está crescendo com a
expansão da internet móvel e da lógica dos aplicativos tem acesso mais
facilitado às novidades tecnológicas do que a geração que precisava comprar um
software na loja ou esperar uma década para ele baixar da internet.”